domingo, 9 de outubro de 2011

Revelações

Não muito longe da construção do Farol de Lathander, os três outros combatentes da Falange espreitavam entre a grama alta num ponto elevado junto a um grupo de kobolds. A verdade é que haviam traidores entre os mercenários da Falange. Capitaneados pelo feiticeiro Abin Kazar, os combatentes Corona, o elfo do sol desgarrado das cidadelas de Cormanthor, Vampira, a gladiadora luxuriosa sedenta pelo sangue e o suor dos homens, e Yuden, o cavaleiro negro de Amn, forjaram aliança com um covil de kobolds que controlava a região.


A missão era simples, emboscar um grupo de trabalhadores que iriam para Beregost para os dias de folga, saqueá-los e depois receber a missão de exterminar os kobolds e ser recompensados pelo clero de Lathander. Ouro... o vil metal que corrompe os corações dos homens e os leva a cometer os mais terríveis atos, como trair inocentes levando-os à morte inevitável.


Dias antes, Corona, Vampira e Yuden escoltavam uma caravana vinda de Beregost para a construção do Farol, mas desviaram do caminho e os levaram ao covil de trols. Não houve defesa e todos foram destruídos ou devorados. Nunca saberemos.

Mas algo deu errado nos planos de Abin, pois na estrada para Beregost, não um pequeno grupo de trabalhadores rumava para fora da construção, mas todos os trabalhadores, escoltados pelos acólitos de Lathander e pelo paladino Bruce. Corona, Vampira e Yuden discutiam sobre o que deveria ser feito. Yuden insistia para que que o plano de Abin fosse mantido, devíamos apenas observar, mas Corona pensava o contrário, deveriam interferir na luta, proteger a caravana e ganhar as graças da igreja de Lathander. Vampira por sua vez queria apenas lutar e derramar sangue. Optaram que lutariam ao lado que estivesse vencendo, e quando a batalha começou, os kobolds não estavam levando a melhor, apesar de muitas baixas dos trabalhadores.

Então avançaram com seus cavalos colina abaixo. Vampira e Corona tiveram problemas com as celas de seus cavalos e caíram sendo arrastados por quase cinqüenta metros enquanto Yuden o único que realmente lutou contra os kobolds atravessou sua lança no líder da matilha matando-o instantaneamente. A comoção foi grande entre os sobreviventes que gritaram que a Falange surgia para salvá-los da morte, e os kobolds fugiram, traídos e praguejando vingança.



Bruce interpelou o grupo, agradecendo a ajuda e claro, perguntando por que estavam ali e onde estava a caravana que deveriam ter protegido. Mas Yuden foi rápido ao responder que foram emboscados por trolls e infelizmente não houve como protegê-los. O argumento foi convincente mas um dos acólitos ouviu Corona mencionando que os Kobolds haviam fraquejado as celas e por isso Vampira e ele caíram. Foi o suficiente para que Bruce desconfiasse de traição pois o grupo recusou-se a acompanhar os viajantes até Beregost.

O paladino, preocupado com a segurança de todos acomodou os feridos da melhor forma que pôde assim como os mortos para que seus corpos não fossem vilipendiados pelos algozes. Os feridos que ainda podiam andar foram preparados para a defesa caso os kobolds voltassem, e então continuaram a jornada.

Enquanto isso, Corona, Yuden e Vampira afastaram-se de todos dizendo que voltariam ao farol reunir-se com o restante do grupo. Mas acomodaram-se sob uma árvore decidindo sobre o que deveriam fazer. Yuden sugeriu que deveríamos aguardar e matar a todos da caravana durante a noite. Vampira não se opôs mas Corona disse que deveriam mesmo voltar até o farol, afinal, a dúvida de um paladino não seria maior que o que todos os trabalhadores viram. Heróis da falange que se lançaram contra um inimigo e os salvaram. Mas não houveram argumentos e então permaneceram.

Longe dali, na construção do Farol, Khorat acorda sentindo dor de cabeça e reclamando de um sonho esquisito em que levara uma surra da meio-elfa. Dingól que estava ao seu lado brinca e ri, dizendo que não foi sonho, foi verdade, e o anão se revolta mas por dentro, acaba rindo e a meio-elfa ganha seu respeito. O que foi bom pois agora toda ajuda seria necessária para que o farol pudesse ao menos ser defendido ou que sua construção fosse finalizada.

Na praia, Abin, Erryk, Allan discutiam sobre o navio no fundo do mar. Decidiram ir novamente ao lugar, testar um novo encantamento de Abin. Lá, Brander e Erryk descobriram que mesmo o encantamento não duraria muito tempo para fazer o que fosse preciso. Mas deveria durar. Dingól desceu até a praia, desconfiado com o que estava acontecendo e incomodado com tantos mistérios dentro do próprio grupo, achou que deveria se mostrar menos covarde e impor-se aos aliados. E lá chegando foi bem recebido por Abin, que disse confiar apenas no pequeno servo de Yondalla a cuidar de seus pertences. Dingól, curioso como muitos halflings, aceitou a demanda e é claro que quando todos estavam longe no mar começou a bisbilhotar os pertences do mago, o que foi ao menos engraçado pois é claro que não conseguia dominar o poder arcano e se assustou com faíscas e movimentos de pedra que vinham de quaisquer lugares até sua mão. Longe dali, no mar, Erryk mergulhou e descobriu que outras criaturas já tinham conhecimento do navio. Criaturas humanóides do mar montados no que seriam equivalentes a cavalos na terra. Assustado e sem ter como combater num lugar como o fundo do mar, voltou ao barco o mais rápido que pôde e revelou o que descobrira para descontentamento de Abin.



De volta à praia, enquanto discutiam sobre como chegar à embarcação, um feixe de luz saiu do navio até os céus e logo desapareceu. Talvez, seja lá o que estivesse escondido ali já fora levado, ou apenas uma armadilha ativada que dera cabo das criaturas do mar. Não havia como saber. Não naquele momento. Decidiram então voltar à construção do Farol.

Khorat reforjava uma roda dentada como ordenado por Kate, vitoriosa da luta na noite anterior. A engenheira mostrou-se mais que uma simples mestiça que desenha projetos em pergaminhos pois havia pescado grandes peixes para que todos pudessem comer. Não havia muito que fora deixado pelos trabalhadores e pelos acólitos de Lathander. Enquanto os membros da falange que não sabiam de todos os segredos encontravam um meio de se manterem ocupados, Brander com seu apito convocou o mensageiro dos kobolds pois Abin concluira que precisariam da ajuda daquelas criaturas para que pudessem mergulhar e permanecer submersos por mais tempo que o conseguido até aquele momento. O tiefling fora surpreendido quando o mensageiro disse que foram traídos. Mas o líder dos kobolds aceitou o encontro que aconteceu algumas horas mais tarde. E nesse encontro a traição foi revelada e as cabeças de Vampira, Corona e Yuden foram exigidas como pagamento pelo ocorrido.

Ao cair da noite, o trio que traíra os kobolds decidiu que era hora de matar os sobreviventes da caravana mas foram enganados pois ao se aproximarem do acampamento, Corona oculto nas sombras e pela grama à direita e Vampira à esquerda, depararam-se com os mortos da batalha anterior, todos acomodados como se estivessem dormindo ao redor de uma fogueira. Foram enganados e certamente observados pois Bruce agora tinha a certeza de que foram traídos e o clero de Lathander certamente procurará justiça. Decidiram então que voltariam ao Farol e caminhariam a noite inteira, e assim o fizeram.



Na manhã seguinte, foram recebidos com raiva por Abin, pois o plano não fora seguido. Corona fora prontamente culpado por Yuden mas se justificou que o plano não havia dado certo desde o início e aquela foi a decisão a ser tomada naquele momento. Discussões não levariam a nada, e fatalmente, durante as acusações, pessoas que não estavam envolvidas descobriram o que acontecera. O pacto com os kobolds e as traições. Herryk, Khorat, Dingól, os únicos que nada sabiam revoltaram-se com o ocorrido, mas eram a minoria e na Falange, todos deveriam fazer o que a maioria do grupo julgasse ser o correto. Essa era a lei.

Khorat decidiu que invadiriam o covil dos kobolds, matariam a todos e ficariam com as riquezas que encontrassem. Abin achava melhor fugirem e se esconderem em Amn, mas Vampira logo o acusou de querer fugir para a proteção dos paxás. O mago é claro negou. Erryk e Brander apenas ouviam enquanto no final, Vampira e Khorat se propuseram a descer até as profundezas do mar e revistar o navio. O plano, ao que parece, seguia seu destino. Allan, o gnomo que tentou manter a união do grupo sorria com os eventos.

Mas foi Dingól, o pequeno halfling servo de Yondalla que aprisionou a alma de todos com um juramento de que nenhuma outra mentira deveria ser contada. Uma pena que somente ele acreditava que Yondalla realmente cumpriria aquele juramento.

E agora os aventureiros também conseguiram outro inimigo. A própria falange os procuraria pois seu nome fora maculado por sua traição ao clero de Lathander. Algo que deveria ser simples para aquele grupo de mercenários se tornou um grave problema para toda a organização e Bruce certamente chefiaria um grupo de busca para que justiça fosse feita. E os Kobolds também querem a sua vingança...



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