quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Incursão ao covil dos Kobolds - Parte 1

Já era manhã do sexto dia da primeira semana da maré de verão e os aventureiros designados pela Falange, em Portal de Baldur para guarnecer a construção de um farol financiado pelo clero de Lathander não haviam decidido o que fazer. Abin, reconhecendo que seu feitiço não seria suficiente para manter uma única pessoa debaixo d´água por tempo suficiente para explorar o misterioso navio que caíra do céu via-se desnorteado. Allan e Brander porém sabiam bem por onde começar. Deveriam seguir o conselho do anão, entrar no covil dos kobolds e lá descobrir o segredo da submersão. O que não seria fácil pois nenhum dos aventureiros sabia como chegar ao covil seja por terra ou por mar.


Dingól, Khorat, Corona, Vampira e Yuden estavam no acampamento esperando instruções, auxiliando Kate no que ela designasse. Ela mesma já havia dito no dia anterior que poderia construir uma máquina capaz de levar a todos para o fundo do mar, mas o processo levaria meses e não haviam recursos necessários no acampamento e a julgar pelos últimos acontecimentos seria pouco provável que alguém os financiasse. A própria Falange já teria de prestar satisfações pela suposta traição enquanto o clero de Lathander procuraria a justiça pelas mortes dos acólitos e trabalhadores. Abin, que era quem comandava um grupo a parte, decidira que deveriam realmente encontrar os kobolds mas não invadiriam seu covil deliberadamente. Marcariam um encontro e entregariam-lhes as cabeças dos três traidores. Corona, Vampira e Yuden.

Allan é claro bolou todo o plano. Três corpos seriam desenterrados, decapitados e com os poderes de ilusão que os gnomos possuem as cabeças seriam transformadas. Mas os kobolds eram espertos e estariam vigiando a todos então encenaram que Brander assassinara Vampira, Yuden e Corona.
Para a execução do plano o gnomo chamou Khorat para escavar no cemitério, onde fora armada uma tenda. O anão cavou pois já não tinha paciência para ouvir as reclamações da meio-elfa que não conseguia, sozinha, dar andamento à construção de seu farol. Dingól por sua vez já não tinha paciência para ser coadjuvante e foi tirar satisfações com Abin sobre o que estavam fazendo e, com sua lábia, fez o pequeno servo de Yondalla a crer em seu arrependimento. Mas quando Vampira disse que Allan e o anão estavam profanando corpos o pequeno halfling quase enlouqueceu, mas mais uma vez foi levado pela lábia do gnomo que o convencera de que aquilo era por uma boa causa.

Dingól a essa altura já acreditava que era a vontade de Yondalla que determinados sacrifícios fossem feitos para que tanto a Falange quanto o clero de Lathander fossem novamente honrados e que os recursos disponíveis deveriam ser usados ante a dificuldade que se apresentava. Ou ao menos ele tentava enganar a si mesmo com essa afirmação.

Enquanto o plano era arquitetado e executado, Erryk caminhava a esmo pela praia, frustrado por ter sido ludibriado e levado a uma jornada sem sentido, impossibilitado de lutar ao lado do farol e salvado pessoas que morreram sem chance de defesa. Corona tentou convencê-lo na praia mas seus métodos peculiares surtiram pouco efeito no guerreiro das correntes espinhosas. O coração guerreiro de Erryk clamava por uma boa luta e o embate com a gladiadora na noite anterior, derrubando-a não chegou perto de satisfazê-lo. Depois de muito discutir com o elfo, optou por tirar satisfações com o mago, e aceitou o engodo para com os kobolds. Enganariam os pequenos lagartos, descobririam seu covil, fariam a invasão e conquistariam o tesouro.

E a primeira metade do plano foi executada. Brander nocauteou Yuden, Corona e Vampira. Todos já sabiam do plano mas não contavam que quase encontrariam a morte não fosse pelas bençãos de Yondalla, cujo clérigo estava acampado no cemitério para manter vivos os três guerreiros. Depois disso, o tiefling chamou pelo mensageiro kobold e o encontro foi marcado. Ao cair da noite, a embarcação dos kobolds chegou à praia guarnecida por dois Nycters. 

Allan, Brander e Abin fizeram toda a negociação, o que não foi fácil. Mas as palavras melodiosas do gnomo e enganaram os lagartos que mataram alguns de seus próprios membros. Um dos Nycters tentou fugir para alertar o covil mas foi derrubado por seu igual. Agora, traidores kobolds se aliaram aos membros da Falange e o barco foi equipado. Não cabiam todos então Khorat e Erryk foram agarrados a uma corda enquanto Dingól, Allan, Abin e Brander tentavam fazer com que o barco seguisse seu trajeto até a imensa caverna.



Mas algo ocorreu, algo que Abin não havia previsto. Vampira, cansada do engodo e de ficar parada, levanta-se e com um golpe de seu machado arranca a cabeça do kobold líder da embarcação. Não havia quem guiasse os aventureiros até a gruta mas o Nycter restante foi seduzido com a promessa de riqueza e ouro, e acabou guiando os aventureiros pelo mar até o covil.

O covil dos kobolds era uma grande caverna na encosta, em formato da cabeça de um boi com um dos chifres quebrados. Dizem que ali vivia um mago do povo do mar que fora devorado por seu próprio animal de estimação, um imenso peixe. E agora é a morada dos kobolds que haviam fugido dos picos da tempestade quando os goblinóides invadiram. Os Nycters vieram juntos mas por serem em menor número foram dominados pelos kobolds. A entrada do covil pelo ma não era muito guarnecida pois poucos conheciam o caminho e embarcações humanas não poderiam ancorar naquelas pedras, tampouco esperava-se alguma ameça vindo do mar por mergulhadores. Não haviam, portanto, kobolds naquela gruta.

Mas havia um guardião.

Um imenso peixe com tentáculos na cauda e quatro patas abaixo da cabeça. Um Morkoth.
A criatura tinha poderes telepáticos e hipnotizou o anão  que ficou parado debaixo d´água apenas observando a criatura que em seguida o abocanhara tirando-o de seu transe. A embarcação entrou na caverna iluminada e o Nycter mostrou-se um traidor, atacando a todos com seu ataque sônico. A embarcação chocou-se contra a pedra fazendo com que Yuden e Vampira caíssem na água cuja profundidade era maior do que se esperava e muitos, muitos tesouros jaziam submersos naquela caverna. O baque da canoa com a parede da caverna chamou a atenção dos kobolds que vinham às dezenas pela portinhola e foram prontamente interceptados por Corona, protegendo todo o grupo enquanto Yuden lançava-se novamente à água numa tentativa de salvar o anão que lutava desesperado contra o Morkoth. Dingól, num ato de desespero, clamou pela Abençoada mãe dos halflings, e ela o atendeu, pois do mundo dos mortos um esqueleto com sua cimitarra lançou-se contra o grande peixe. Na entrada da caverna Erryk tentava recuperar-se de tudo, nadava o quanto podia até a pedra mais próxima mas era atacado constantemente pelo Nycter, que chegou a incendiá-lo.

E agora os aventureiros estão em visível desvantagem, os principais combatentes debaixo d´água lutando contra um peixe que mostrou-se imune aos feitiços de Abin, que acabou sendo atingido pela própria magia, Corona tentava ganhar tempo enquanto Erryk apagava no mar o fogo que lhe fora lançado pelo Nycter. Vampira, Dingól e Brander esquivavam-se como podiam dos ataques vindos de todos os lados.

E não se sabe se a Falange sobreviverá a esta desastrosa invasão...

Aguardem cenas do próximo capítulo!


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