sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O Renegado

Aquele foi um ano de guerra e destruição, onde o mal foi combatido por um mal ainda mais poderoso nas terras ao norte dos vales. O ano em que a rainha lich do Forte negro fora destruída pelo terrível Manshoon, mas também foi o ano em que Teziir foi fundada na lagoa do dragão. Este foi o ano que recebeu o nome de "O Ano do Grifo".

Próximo dali, nas montanhas da Fuga do Gigante, já se estruturava a muitas vidas de homens a cidadela anã de Barûk-Khazâd, que ficou conhecida no ano de 1358, durante o tempo das perturbações. Quando Lorde Ao expulsou as divindades de seus planos para puni-las e ensiná-las a proteger seus devotos, Clangeddin Barbas Prateadas encontrou refúgio naquele pequeno reino. Para proteger-se dos inimigos e expurgar as ameaças, o senhor das barbas de prata ensinou aos anões a cavalgar os grifos. Fomou-se ali a "Revoada do Machado e Martelo".

Naquele tempo, Khorat tinha 46 anos e era pouco mais que uma criança para os padrões anões. Desejava ter um grifo para si e lutar ao lado de um dos deuses criadores de sua raça. Seu pai, Karoth, um clérigo rígido de Clangeddin, mas muito sensato, sabia não ser a hora, e tentou instruir o filho nas artes dos anões. Mas Khorat sempre foi impetuoso, impaciente e arrogante. Nutria sem nenhum motivo, raiva dos elfos, uma rivalidade tão antiga quanto os próprios anões.

O filho de Karoth jamais se dedicou aos estudos da palavra de Clangeddin como era a vontade do pai, e em 1371, quando decidiu revoltar-se contra as tradições e as obrigações às quais era submetido diariamente, aparece no templo de da barba de prata com dois machados forjados por ele próprio e pequenos escudos presos a seus braços. Uma armadura de couro já desgastada, as barbas trançadas em presilhas de ossos e o cabelo raspado, com uma faixa ruiva como a barba que vinha do alto da testa.

-Você renegou seu povo Khorat. Você se porta não como um anão mas como um humano de vida curta. Você rejeitou os ensinamentos de Clangeddin e a tradição de gerações. Você está banido da Cidadela da Fuga do Gigante.

Olhando para todos que o observavam, seu pai impassivo diante do exílio do jovem Korath, este apenas gargalhou, empunhou seus dois machados, apontou-os um para seu pai e outro para o regente da cidadela e lhes disse:

- Vocês renegaram nossa própria origem. Somos uma raça de guerra, uma raça de luta, de machados, martelos e sangue. Mas se esconderam na montanha como elfos se escondem nas árvores. Eu seguirei meu próprio destino, e retornarei quando o vigor de nossa raça voltar a seu explendor. Quando os gigantes, orcs e elfos temerem nossos machados mais que os próprios dragões e à morte.

E sem ouvir o que lhe fora dito em resposta, Khorat partiu para a cidade de Tezzir, onde aceitou o trabalho de escoltar uma caravana até a cidade de Beregost, a oeste. Lá, conheceu um grupo de defesa miliciana chamados "A Falange", e decidiu lutar ao lado daquelas pessoas, acreditando que cedo ou tarde se encontraria em um desafio que o faria reconhecido e traria o respeito e orgulho devolta a seu povo.



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