Era o 5º dia da primeira semana da Maré de Verão do ano que chamamos de "O ano da magia selvagem". Muitas coisas acontecem ao redor do mundo e muitas lendas que antes pareciam ser apenas histórias contadas para crianças se mostraram a adultos de muitas raças.
Um dia que foi marcado pela enganação e pela morte de dezenas de trabalhadores inocentes durante a fase final da construção do Farol do Sul, nome provisório dado ao farol que estava sendo
construído ao sul do Forte da Vela, financiado pelo Templo da Aurora, do Senhor do Amanhecer Lathander. O projeto era assinado pela famosa engenheira Kate Annael, protegida pelo nobre cavaleiro, o paladino Bruce, cercado de dezenas de trabalhadores de todos os tipos, desde os pedreiros a ferreiros, cavalariços, cozinheiros, barbeiros, mensageiros e, apesar de todos negarem, prostitutas disfarçadas de cozinheiras, mensageiras, curandeiras... e é claro que para garantir a segurança de todos um grupo de pessoas que se auto intitulavam “guardiões” fora contratado. Estes ostentavam um brasão de três escudos paralelos e sua alcunha era “A Falange”. O dia estava claro, sem nuvens no céu, sem ventos fortes. Não fazia frio, mas ainda não havíamos sido abraçados pelo calor do início de verão.
A Falange havia sido contratada pelo clero de Lathander para garantir a segurança da construção, já que o lugar era um grande covil de orcs e goblinóides. Desde o início da construção nenhuma criatura desse tipo foi encontrada e, portanto, foram meses de tranqüilidade e marasmo para os mercenários. Foi quando Dingol, um halfling servo de Yondalla, Allan, um gnomo artista e Hérryk jogavam dados sobre uma pedra e foram surpreendidos com o som de algo caindo. Ao olharem para o céu perceberam um navio em chamas deixando um longo rastro de fumaça e finalmente caindo na praia levantando uma grande onda que assustou a todos. Allan jurava que viu homens verdes sendo arremessados da embarcação quando se chocou com a água, e Dingol não sabia se saciava a curiosidade do estranho objeto que veio dos céus ou se escondia das águas. Somente Herryk parecia tão atônito que sequer demonstrava perceber o que tinha acontecido.
Allan assumiu logo o controle da situação, ordenou que Dingól fosse até o acampamento e avisasse Bruce, afinal, se era mesmo um navio poderiam haver sobreviventes. O pequeno halfling correu o o mais rápido que consegue até a construção enquanto Allan e Hérryk descem até a praia, se apossam de um pequeno barco pesqueiro que pertencia a outro halfling chamado Sheldon, e começam a remar até os destroços.
No acampamento, já sem qualquer fôlego, Dingól chega informando a todos que um imenso navio de madeira caiu do céu direto no mar e que Allan e Hérryk foram investigar. Apesar de todo o estardalhaço, Bruce o acalma e diz que não poderia ser possível que um navio caísse dos céus, que certamente era outra coisa ou apenas fui enganado pelo calor do sol. Mas Dingól diz que Allan havia visto homens verdes sendo arremessados para fora da embarcação. Mencionar essas palavras pareceu total loucura para o pequeno Dingól e ele mesmo não havia visto criatura nenhuma sendo arremessada.
Longe dali, Allan e Hérryk obervavam a embarcação que afundava, e logo viram a flâmula que tremulava do que seria um mastro. Eram as lágrimas de Sêlune. No acampamento, Khorat, um anão de força descomunal e grande resistência pede para ver o que estava acontecendo mas Bruce o ordena a cuidar de uma pedra que fora derrubada durante estrondo e a onda. O anão e a meio-elfa engenheira discutiram muito por conta de uma roldana quebrada.
Na embarcação, Hérryk deixa suas correntes no pequeno barco pesqueiro e se lança no mar em busca de sobreviventes. Allan aproveita que ficou sozinho e conjura um feitiço de adivinhação, encontrando algumas auras mágicas e coletando cada objeto. Nada chamou mais a atenção do que um grande livro de capa preta.
Seguindo o rastrode bolhas de ar deixado pelo navio que afundava Hérryk percebe que não havia como alcançá-lo. Estava fundo demais. e pendurado à beira de um abismo. Os pulmões reclamam por ar dentro de seu peito que dói pelo esforço, mas consegue observar o contorno da embarcação, um grande navio em formato de peixe com barbatanas. A aparência da coisa faz com que o guerreiro confunda com um monstro.
Allan e Hérryk decidem voltar para a praia, e conversam decidindo que tudo deveria ser mantido em segredo de Bruce e Kate, afinal, um grande tesouro poderia residir naqueles destroços e com poucas pessoas sabendo de seu paradeiro, as chances seriam grandes. Não houve objeção. Na praia, Abin, o mago aguardava pelos outros acompanhado de Brander, um tiefling que raramente era visto no acampamento e Dingól. O mago estava flutuando em um disco esverdeado, ostentava um monóculo. Quando os companheiros da falange se aproximam uma breve discussão sobre itens mágicos sendo escondidos que não passaram despercebidos dos olhos de Abin. E então a história foi revelada, assim como o plano. Dingól diz que devem se reportar à Bruce pois ele era o responsável pela segurança de todos no acampamento mas Abin e Allan o convencem a manter o sigilo. Devolta ao acampamento Alla
n entrega à Kate um pedaço da vela da embarcação, Dingól diz que aquilo não poderia ser élfico e a engenheira se irrita. Uma discussão se inicia e Korath, que já havia terminado de consertar a roldana intervem. Ao fim da discussão, Allan chama Korath para lhe revelar o que acontecera e lhe oferece drogas. Sem saber, o anão aceita mas seu corpo resiste facilmente ao vício. Allan pede segredo ao anão.
Ao cair da noite, uma fogueira é avistada ao longe. A falange se reúne, reporta a Bruce o ocorrido interrompendo um encontro com a engenheira Kate que se irrita profundamente com a intervenção, mas Bruce se interessa pois é a primeira vez em meses que algo acontece. Allan informa que os melhores combatentes foram destacados para averiguar, pois Hérryk e Korath já estavam a caminho. Dingól, Allan, Abin e Brandon ficaram de prontidão caso algo acontecesse.
E os guerreiros cavalgam depois de uma curta discussão até onde estava a fogueira. Conseguiram chegar silenciosamente ao acampamento e lá ficaram durante muitos minutos. Quando chegaram à conclusão de que nada aconteceria, decidiram tomar os cavalos e voltar para o acampamento, porém os cavalos estavam envenenados e morreram. Visivelmente caíram numa armadilha para desguarnecer o acampamento e então voltaram para o farol o mais rápido que conseguiram.
No farol, muitas criaturas surgiram do desfiladeiro e atacaram o acampamento de surpresa. Brandon percebeu alguns deles e ordenou que o sino fosse tocado, o que impediu o massacre maior. Os acólitos de Lathander ensaiaram o que deveria ser a defesa e Bruce
empunhou sua espada, sem armadura. Brandon espera para alvejar alguns com suas flechas enquanto que no acampamento os trabalhadores são massacrados. Abin permanece em sua tenda enquanto Dingól corre o quanto pode até Bruce, pois sabia que estaria mais protegido lá. Suas fundas foram inúteis contra os goblins com manto de lobo. Um ataque muito bem orquestrado que deixou 32 mortos, incontáveis feridos e levou a credibilidade da falange ao esquecimento.
Os goblinóides fugiram, afinal o ataque ao que parece não seria nada além de um aviso do que estava por vir...
Bruce decide interromper a construção e levar os trabalhadores em segurança para Beregost. Todos da falange optam por ficar e seriam acompanhados de Kate, a engenheira, para desgosto do anão.
Os dois discutem e com os nervos à flor da pele acabam por entrar em luta na qual o anão foi vergonhosamente derrotado.
Enquanto todos riam do anão caído inconsciente e com um galo crescendo em sua testa, feito pelo cabo da espada curta de Kate, Abin e Brandon conversam afastado de todos.
"Nosso plano deu certo, meu sorrateiro amigo... o acordo com os goblinóides veio bem a calhar. Pensávamos em levar parte do ouro de Lathander mas agora temos algo muito mais interessante e sem ninguém para atrapalhar rs... aquela coisa que caiu do céu é o nosso próximo objetivo."
Lathander surge no horizonte, vermelho, e um novo dia se inicia...
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